terça-feira, 10 de maio de 2011

Um dos maiores erros do ser humano é achar que por viver em sociedade, deve compartilhar aquilo que sente com a mesma. Nós já sabemos que as pessoas não estão nem aí para o que sentimos, mesmo assim persistimos em procurar uma base em outro alguém. Talvez, devemos de uma vez por todas aprendermos sozinhos com nossos erros ou com os erros dos outros. Só não ache que culpar os outros pelos erros cometidos por você é aprender, pelo contrário, é desaprender, burrice. Irônico é que quando falo “sozinhos”, falo no plural.

Pedir conselho à um amigo não é nada mais do que pedir uma opinião sobre algo. Mas assim como em toda opinião dada por alguém à respeito de alguma coisa, se utiliza a vida, as experiências do opinante como regras para julgar algo como certo ou errado, bom ou ruim. Haja vista que toda crítica é uma forma de autobiografia. Todavia, por mais que as pessoas se pareçam em muitos aspectos, terão experiências diferentes, suas vidas serão diferentes. Portanto, as regras deverão ser diferentes dependendo da pessoa em questão, e até mesmo para a mesma pessoa, dependendo da fase que ela vive… Afinal, as regras são feitas para ser quebradas, e elas se quebram. Assim como as leis de países diferentes são distintas, as leis da vida (ou melhor, das vidas) também são.

O bom mesmo da vida é isso: Viver intensamente, se machucar, se consertar, cansar de viver intensamente, quem sabe mais tarde voltar a ser intenso… Se arrepender daquilo que não foi feito, fazer, se arrepender daquilo que foi feito, crescer… Viver… Por conseguinte, pare de criar tantas regras para si mesmo, e viva. Ou então, as crie, mas saiba para que as regras são feitas…


Não me basta alguém que apenas entenda meus problemas ou que se identifique com os mesmos. Mas alguém que pelo simples fato de existir, os supra, assim como eu acabe com os empecilhos na vida dessa pessoa. Mesmo que futuramente, ela venha ser responsável por pequenos problemas, será normal. Afinal, todo casal que se ama tem pequenos atritos. E diga-se de passagem, pequenos atritos funcionam como pimenta, arde, mas é afrodisíaca.


Primeira Estação: Olhos falantes.

Um momento que certamente nem a amnésia mais intensa conseguirá me apagar, é o de uma menina sentada no metro, a qual mantinha o olhar fixo no meu, até que nossos olhares se tornaram apenas um olhar… Mesmo que ela estivesse sentindo a maior dor de sua vida, ela não chorava, apenas para não ter de piscar e quem sabe perder algum milésimo de segundo importante do nosso olhar.

- Não sei, sempre fui louca pela Inglaterra. Mas dessa vez, se eu for, ficarei por um longo tempo, por um longo tempo sem você.

Não saía da minha cabeça a ideia de que ela havia passado a ser a coisa mais importante da minha vida e estava pronta para partir. Mas preferi ser maduro e enxergar que essa viagem a faria muito bem…

- Você é louca, mas seria loucura demais ficar por mim, vá!

Só não a disse que o que fez eu me apaixonar por ela, foi sua loucura. Se ela me dissesse ”fico por você”, seria a loucura mais linda que alguém já poderia ter feito por mim, mas obviamente, isso não ocorreu.

Nesse momento eu não conseguia olhar para mais nada a não ser seus olhos lacrimejantes. Uma expressão totalmente insegura, a qual eu percebia pelo fato dela não saber onde por as mãos, tomou conta de nós dois. Ela nem estava falando muitas coisas, embora, Manoela sempre tenha sido uma pessoa de falar muito. Mas as vezes, falar e sentir são coisas inversamente proporcionais.

Eu a segurei pelo pulso, olhei firmemente nos olhos, pronto para dizer “eu te amo menina”, mas não disse. O lado bom é que nós sempre nos entendemos muito bem pelo olhar, logo, mesmo que ela não tivesse ouvido, sabia o que eu queria ter dito. Não é que eu não tivesse certeza do meu sentimento, é que eu sentia demais. Todavia, disso não reclamo, sentir sempre foi a coisa mais importante para mim. Então, ela me disse: ”Eu vou continuar pensando em você na maior parte do meu dia.”

- Você vai ver, não vai demorar muito, você voltará e em breve, estaremos juntos novamente, mais juntos do que nunca.

Eu pronunciei tais palavras, envolvendo-a em meus braços.

- É, meu metro chegou. Acho que é isso então, estou atrasada.

Ela me deu um beijo no rosto, entrou no metro, sentou-se e ficou a me olhar. Queria ter dado o maior abraço que já dei à alguém naquele momento, mas quando dei por mim, já existia uma barreira entre nós. É, mais uma fez o meu sentir me impossibilitou de fazer algo que eu queria. Sim, eu fiquei sem reação na hora em que a garota a qual me ensinou a conversar pelo olhar, partiu.


Não é que ela não tivesse motivos para ficar, é que ela só os tinha. Então, preferiu partir, partir daquele mundo de tentativas no qual vivia. Visto que cada vez a qual ela tinha certeza que uma tentativa havia sido apenas isto, morria por dentro. E a partir disso, desenvolveu uma anestesia. Entretanto, não era do seu agrado viver anestesiado. Pessoas anestesiadas não sentem dores, mas também não sentem cócegas, ela não queria passar o resto de sua vida assim, então, preferiu partir.


Minha vida é cheia de coisas que não são recíprocas.

Amor, é só mais uma delas.


Coisas exatas não me encantam, nunca encantaram. Gosto do sentimento de incerteza que persiste em existir no final de algo, ou melhor, gosto mais ainda do final que não existe, por ser incerto, logo, não ter um fim ou resultado definido. Caso não fosse a incerteza, aquela tensão a qual existe antes de falar com alguém que você gosta e não sabe se é correspondido, não existiria. Há quem diga que seria melhor, porque seria menos arriscado. Entretanto, qual é a graça de levar uma vida pacata, sem adrenalina!? Considero incríveis aqueles que se arriscam, se aventuram. Aliás, as melhores histórias de amor são grandes aventuras.

Pois bem, não gosto de matérias exatas. Matemática, física e química nunca foram do meu agrado. Mas há um tipo de química pela qual sou fascinado, aquela que ocorre entre pessoas. Todavia, não precisa de toque, muito menos de palavras, existe basicamente no olhar. E não é porque não é necessária a existência destas coisas que as mesmas não existirão. Pelo contrário, tais seres humanos se amam e fazem questão que elas existam.


Só quero alguém que chegue de fininho e me traga o infinito.


As pessoas precisam entender que aquilo que as mesmas consideram ser totalmente feliz é utópico. Todos aqueles que possuem algo sem o qual estariam pior, devem se considerar totalmente felizes. Algo que no caso não é um amor, não necessariamente. Aliás, estar vivo é motivo suficiente para estar completamente bem. Considera-se aqui todos aqueles que partiram, e principalmente aqueles que estão à partir. Certamente, haverá alguém que falará, mesmo que só para si mesmo, que preferia estar morto. Visto que não há motivos para sorrir, talvez por possuir uma vida muito vazia. À este dou um conselho: Abra bem seus olhos, veja o mar de oportunidades que está na sua frente e permita-se mais. Contra-Indicação: Não se jogue, afinal, a queda pode ser fatal. Nunca perca a esperança, mas também não seja esperançoso demais, porque isso poderá ocasionar decepções. Todavia, toda decepção é um grande aprendizado. Às vezes perder o chão, nos ensina a voar. Por conseguinte, você sempre foi e provavelmente sempre será a pessoa que mais te ama no mundo. Nunca espere isso de outra pessoa, talvez da sua mãe. Quem ama, cuida. Portanto, você deve se cuidar. Seja feliz apenas por ser aquilo que você é. Vale lembrar, que você não é somente aquilo ou aqueles que você tem consigo próprio. É meio irônico, mas temos que aprender a ser feliz, todos os dias.


Já dizia filósofo grego Heráclito, tudo é mutável. Você não é diferente, pelo contrário, faz parte deste tudo e está em constante metamorfose. Você muda, e aí, fica tudo novo. “Tudo novo de novo”. Você possuí a sua essência, é claro. Todavia, até o seu lado que mais faz você ser você pode mudar, e mesmo assim, você continua sendo você. Você é formado por uma rede de coisas que influenciam a sua vida, diretamente ou não. Você é aquilo com que você convive. O lugar, o horário e quem te acompanha são coisas que interferem constantemente no que você poderia ter sido, mas nunca será. Mas então, essas coisas interferem ou contribuem para que o seu destino seja traçado corretamente!? Por conseguinte, a melhor definição para o que você é, está baseada no paradoxo de que tudo o que faz você, interfere no que você é. Entretanto, paradoxos não fazem sentido.


Quando estou com alguém gosto de abrir minha cabeça, compartilhar meus planos, desejos e sonhos. E quando me relaciono amorosamente uma pessoa, ela passa a fazer parte de todos os meus desejos. O problema é que se você faz um desejo e conta para alguém, ele simplesmente não se realiza.