terça-feira, 10 de maio de 2011

Charlie

Acabo de conhecer Charlie. Ele estava tão triste, mas soube me dizer precisamente o que se passava. Assim como eu, ele nunca foi de confiar muito nas pessoas. Entretanto sempre acaba confiando um pouco nelas. Como ele já conhecia Giovana há bastante tempo e ambos sempre foram muito leais um ao outro, resolveu quebrar a casca com a qual ele se cobre desde sempre. E uma vez que a casca é quebrada, já era. Afinal, Charlie não conhece nenhuma maneira de colar esta em seu corpo novamente e, na verdade, ele nem queria fazer isso.

Para-se para uma reflexão afim de se chegar em algo mais concreto e chega-se num oceano. Um oceano, fundo, cheio de “respostas” e coisas desconhecidas. Mas imagina, se de todas as pessoas da sua vida, a única que te conhece verdadeiramente ou a que conhece você mais do que as outras pessoas, resolve te trancar juntamente a ela numa sala cheia d’água e peixes que dariam choques sempre que você resolvesse tirá-la do fundo, afim de que ela não morresse afogada. Isso tudo simplesmente porque você dormiu por dois dias. É, também não faria sentido se eu transformasse o texto em algo mais denotativo.

Mas então, Charlie é assim. Adora tentar dar vida a coisas abióticas. Charlie não é humano, nem animal, mas vive, talvez ele seja mais rápido do que a luz, daí o fato de ninguém o avistar. Aliás, de todos os animais conhecidos por mim, ele se assemelha a uma cobra.

Mas ele seria uma cobra de uma espécie que provavelmente nem existe. Assim como cobras, Charlie finge não ter medo, entretanto dá o bote quando se sente ameaçado. Um bote tão fraco, incapaz de ferir mesmo o ser mais frágil. Pra ser mais preciso, ele seria uma cobra pelo fato de trocar de pele. O fato é que Charlie é uma cobra, uma cobra invisível. Logo, ninguém o vê trocar de pele.


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