terça-feira, 10 de maio de 2011

Laura

Laura sempre foi uma garota muito sonhadora. Independente se ela dormia ou caso mantinha-se de olhos abertos. Sempre foi de sua preferência sonhar acordada. Já que raramente lembrava-se dos sonhos que tinha enquanto dormia, e com este não iria ser diferente. Para que eu seja mais coerente devo dizer que foram dois sonhos. Embora ambos tenham o mesmo início, estes tem finais distintos.

Início: Laura era muito carinhosa. Embora nunca tenha sido uma pessoa que teve várias pessoas na sua vida. Quando tinha ou quando achava que tinha alguém, cuidava muito bem deste. Bem até demais, eu diria, pelo fato de ser muito possessiva, ciumenta. Mas parecia que Pierre amava tais características.

O que Pierre não gostava em Laura era aquele orgulho existente por trás daqueles olhos castanho-esverdeados. Que fazia com que ela observasse todas as coisas e suas respectivas consequências. Antes de Laura realizar qualquer ação na qual ela precisaria dar o “braço a torcer”, ou nem tanto. Mas ainda sim no ponto de vista dela.

Laura e Pierre viviam um romance. Ao menos Laura vivia. E estar com quem se ama tem sido um dos seus maiores objetivos na vida dela, como já havia comentado com Pierre. Que disse ter isto como um de seus maiores objetivos também. Se Pierre não a amava com a mesma intensidade ou se ele não tinha o mesmo objetivo que Laura, eu não sei. Caso ele não tenha o mesmo objetivo… Ele mentiu para Laura. E Laura não gosta de mentiras. Que matem seus melhores amigos, mas que assumam tal culpa. Só sabe-se que ele fez com que Laura se cansasse de ouvir “hoje não dá” todos os dias. Fazendo com que ela explodisse e discutisse com o amado numa tarde quente, via messenger.

Tal discussão fez com que não se falassem por dois dias. O que era um recorde que eles não pretendiam ultrapassar. Já que nunca deixaram de se falar por causa de nada nestes seis meses de relacionamento. Até que Laura sentiu algo mexer em sua bolsa preta cheia de taxas, era o celular vibrando e tocando “I will be there - Michael Jackson”. A música que toca e faz com que ela sinta seu estômago vibrar juntamente com o celular. Por ser o som que toca quando seu até então amor a liga.

Mas esta vez o estômago vibrou numa frequência maior do que a do celular. Já que ela estava com saudades do amado. Porém não sabia se devia atender ou não.

Sonho 1: Laura deixa o telefone tocar por cinco vezes, com o coração na mão. Não atende nesse dia. Nem nos próximos dias em que certamente o telefone celular voltaria a tocar.

Sonho 2: Laura deixa o telefone tocar uma vez e atende. Pierre diz o que pensava. Laura diz o que sentia. Entram num consenso. Entendem-se. E tentam reconstruir aquilo que vinha sendo construído e destruído ao longo de seis meses.

Entretanto, eu não aconselharia Laura a ter atendido o telefonema. Porque poderia não ter dado certo, eles poderiam ter brigado de tal forma que se um visse o outro na rua, faria o melhor que pudesse para se afastar. O que não aconteceria se Laura não atendesse os telefonemas de Pierre. O que poderia fazer com que ele fosse a procurar pessoalmente. Mas você Laura só saberia o que poderia acontecer, caso atendesse ao telefone. E assim como Laura, eu sou orgulhoso e gosto saber das consequências dos meus atos. Por isso que ela, que eu, precisou, precisamos de dois sonhos.

São ações assim, como o atender de um telefone, coisas vistas como pequenas que podem fazer uma extrema diferença da vida de uma ou mais pessoas. Como é dito na teoria do Caos “Algo tão pequeno como o vôo de uma borboleta pode causar um tufão do outro lado do mundo.”


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